Glúten: Vilão ou Mocinho?

Veja agora Mitos e Verdades sobre o consumo de glúten na Dieta

Que benefícios ou malefícios o consumo de glúten pode nos trazer? 

E será que substituir uma farinha branca ou alimentos industrializados por outros também processados pela indústria, porém sem glúten, realmente trazem algum benefício? 

Essas e outras questões polêmicas acerca do glúten você confere agora nesta matéria. 

Atualmente vivemos um bombardeio de informações vindo de todo o lado e que nos deixam sem saber qual caminho devemos tomar em relação á alimentação, havendo confusão nas informações passadas. Sendo assim, hoje o meu post é dedicado a este assunto tão polêmico e complicado que é o consumo de glúten na alimentação. 

Bem, primeiramente para começar, é necessário esclarecer o que é glúten para facilitar o entendimento. Glúten é um termo genérico aplicado a uma família de proteínas que tem a função de armazenamento em alguns vegetais, como trigo, centeio e cevada, principalmente. Estas proteínas são compostas por duas frações específicas de Glutenina e Gliadina (que também são duas proteínas) e que estão presentes de forma natural nas sementes de muitos cereais. 

Atualmente, a qualidade comercial do trigo é determinada pela sua Força de Glúten e que consiste em uma maior quantidade de proteína. A Força de Glúten é determinada pela energia gasta para expandir a massa (composta por farinha e água) até sua ruptura. O Glúten forma uma rede que retém os gases produzidos durante a sua fermentação e sustenta o crescimento da massa. 

O aprimoramento genético da cultura do trigo permitiu um aumento de cerca de 20 vezes o seu teor de glúten original quando comparado ás suas variedades nativas (livres de modificação genética), nos últimos 40 anos. O trigo consumido hoje, não é o mesmo trigo que nossos ancestrais consumiam, assim como a maioria dos alimentos que ingerimos em nossa alimentação diária. 

O trigo tornou-se uma das espécies domesticadas pelo homem que mais sofreu transformações genéticas, principalmente nas últimas décadas, onde se tornou a principal fonte de carboidratos cultivada em todo o mundo. 

Todo esforço para este melhoramento genético tem o objetivo de aumentar a produtividade e melhorar as suas características de refino e processamento, bem como ter maior quantidade de glúten em seus grãos. 

Bom, agora já dá pra entender um pouquinho melhor o motivo porque muitas pessoas ao redor do mundo apresentam sensibilidade e intolerância ao glúten, tão comentadas atualmente. 

Vejam bem, é necessário diferenciar Intolerância de Sensibilidade.
 A Intolerância ao Glúten ou Doença Celíaca (DC) é uma doença que afeta o intestino delgado e que se caracteriza pela intolerância permanente ao glúten. Seu único tratamento é a dieta isenta de glúten. Existem vários sintomas ou em alguns casos a pessoa não apresenta nenhum sintoma especifico dificultando o diagnostico, a doença pode provocar no indivíduo diarreia com perda de gordura nas fezes, prisão de ventre, estufamento, vômito, desconforto intestinal, perda de peso, inchaço nas pernas, anemia, dores eventuais, alterações na pele, fraqueza das unhas, queda de pelos, diminuição da fertilidade, alterações no ciclo menstrual e sinais de desnutrição, além de alguns outros. 

Infelizmente, a doença celíaca afeta muitas pessoas e nem sempre o diagnóstico da doença é feito de forma correta. 

O epidemiologista Peter Byass relatou que em 2011 cerca de 42 mil crianças morrem por ano devido a doença celíaca não diagnosticada. 

Já a Sensibilidade ao Glúten ou o indivíduo não celíaco (SGNC) tem seu organismo afetado por meio de uma condição clínica em que apresentam alguns sinais e sintomas logo após a ingestão de alimentos que contém glúten, podendo ser uma situação em que, ao contrário da doença celíaca, seja temporário e possa ser resolvido após um período sem glúten na dieta. Como sintomas, o indivíduo pode  apresentar dores de cabeça, náusea, irritação intestinal, fadiga, dores musculares, ansiedade, dor e distensão abdominal, confusão mental, formigamento e/ou dormência nas mãos e pés, alterações intestinais como prisão de ventre ou quadros de diarreia, erupção cutânea, bem como distúrbios neurológicos e psiquiátricos (incluindo a esquizofrenia e ataxia cerebelar - falta de coordenação muscular podendo afetar a força muscular e o equilíbrio), também têm sido relacionados com a SGNC.
Além de vários estudos indicarem o glúten como um dos grandes causadores de doenças auto imune como fibromialgia,lúpus, gastrite, hipotireoidismo e hipotireoidismo de Hashimoto, ansiedade, artrite reumatóide, compulsividade, alergias, crises de asma e rinites, psoríases, acnes, dermatites seborreicas, hiperatividade, falta de concentração, infecções urinárias de repetição, síndrome fúngica, câncer, obesidade,  casos de diabetes e gordura abdominal, carências nutricionais, câncer, gastrite entre outros problemas de saúde.
Além de ter varias doenças que melhoram muito a sintomatologia com a exclusão dos alimentos da dieta, como no caso de pacientes autistas que se beneficiam e muito com a retirada do glúten.

Desta forma, o diagnóstico deve ser feito de forma correta e precisa, de modo que não basta retirar completamente o glúten da alimentação, mas sim fazer-se substituições necessárias. 

No caso da Doença Celíaca (DC) a exclusão do glúten deve ser total, porém ATENÇÃO: as opções de substituição devem ser somente por alimentos mais saudáveis e que tragam algum benefício á saúde do paciente. 

Para os pacientes que se enquadram no caso da Sensibilidade ao glúten não celíaco (SGNC), deve ser evitado o glúten na dieta, sendo também estes substituídos por alimentos com bom valor nutricional e que não sejam adicionados de gorduras, açúcares e aditivos em excesso. 

É necessário ter em mente que, o excesso de glúten pelas transformações que os alimentos sofreram fazem mal a todos os indivíduos e deve ser consumido com cautela e moderação. 

Mas qual seria o benefício de se retirar o glúten da alimentação por pessoas que não apresentam nenhuma intolerância e sensibilidade
O excesso de glúten e alimentos industrializados fazem mal a todas as pessoas por geralmente serem alimentos muito processados e quem em excesso podem provocar vários danos a saúde, mas por outro lado caso você não possua nenhum sintoma ou problemas relacionados com o glúten, nada o impede de consumir as vezes alimentos com glúten.
 O que devemos saber  é que atualmente no mercado da alimentação, há inúmeros produtos com a promessa da substituição do glúten, porém, é necessário lembrar que muito destes alimentos substitutos do glúten é composto por outras farinhas brancas e completamente industrializados, trazendo em sua formulação altas concentrações de açúcares e gorduras, não oferecendo muito benefício a quem os consomem.

Um bom exemplo que costumo dar é o de trocar um biscoito recheado com glúten por um biscoito recheado sem glúten, ou seja, um alimento industrializado por outro, sendo necessário escolhas inteligentes e elaboradas sobre o que comer. 

Se o seu objetivo é reduzir o glúten para emagrecer, tome cuidado para não cair em ciladas da indústria alimentícia, trocando no fim das contas seis por meia dúzia.
A redução de glúten pode sim induzir ao emagrecimento principalmente se você tiver algum tipo de intolerância a ele, pois a partir do momento que são excluídos do seu cardápio pizzas, pães, bolos, biscoitos, etc., haverá sim a redução do peso, sendo benéfico, porém, de nada adianta trocar alimentos que contenham glúten por outros sem valor nutritivo, pelo simples fato de não conterem glúten.
Então deve se ter muito cuidado na exclusão destes alimentos da  sua alimentação.

ATENÇÃO: 

A alimentação deve ser equilibrada, diversificada e nutritiva, proporcionando equilíbrio entre os nutrientes e trazendo harmonia alimentar ao indivíduo que a consome, sem ser totalmente restritiva, mas que traga boa qualidade nutricional aos que a consomem. 

O ideal é fazer um diagnóstico correto e saber para quê deve ser eliminado ou diminuído o glúten da sua alimentação. É importante estar ciente de que trocar somente o glúten por outros alimentos industrializados não trará, na maioria das vezes, benefícios esperados á saúde. 

E mais uma vez o equilíbrio é a base da alimentação, de forma que devem haver trocas inteligentes  e por alimentos que realmente tragam benefícios á sua saúde. 

Procure um nutricionista funcional para lhe ajudar a elaborar, não só mais um plano alimentar, mas sim um Plano de vida saudável e de longevidade, fazendo do seu alimento o seu medicamento, para que você seja corretamente orientado sobre o diagnóstico de intolerâncias alimentares.